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MODA E ESTILO DE VIDA
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5 de maio de 2012

COMPORTAMENTO

Vou fugir desse lugar........ brincadeirinha!

Estou saindo por um período de um mês, para umas merecidas férias com o MARIDÃO. Pena que desta vez os filhos não poderão estar juntos, adoro tirar férias em família!

Vou fazer o possível para dar uma passada por aqui, mas não prometo, pois quero férias de tudo.

Então vou deixar uma dica, esse texto da Ana Paula Padrão, para a revista Lola Magazine - edição de Maio de 2012. É um pouco longo mas vale ler.



"Eu, Eu E Mais Eu!!!!

Sobe aquela história que se você quer alguma coisa bem feita faça você mesma? Meninas, é o contrário! Essa nossa incrível autoestima que nos torna tão centralizadoras está nos deixando exaustas, mal-humoradas, com o libido zero. O tratamento é doloroso e radical. Mas funciona. E o remédio é delegar.

Nós últimos anos, passei a alimentar um discreto rancor por algumas verdades absolutas que me aprisionam na roupinha da Mulher Maravilha. Aliás, roupinha ridícula, hein? Um tomara que caia todo vermelho e dourado que deixa os peitos pontudos e uma calçola  azul de estrelinhas com uma cordinha pendura-da na cintura de pilão! Botas de verniz de cano longo e salto alto! Tiara de princesinha prendendo o cabelo cacheado! E aquela capinha de heroína flanando ao vento..... Coisa mais datada.......Fico imaginando que mulher, por mais maravilhosa que seja, conseguiria botar a louça na máquina vestindo essa parafernália! Que dirá combater o crime e libertar os fracos 
e oprimidos.....                  
Não dá, esse modelito não nos serve. Mas continuamos espremidas dentro dele e, o pior, adorando posar de Super Isso, Super Aquilo. Uma super-enxaqueca e uma super-ressaca são tudo que me resta toda vez que eu visto a capa da Maravilha e saio por aí salvando o mundo de todas as suas terríveis imperfeições.
Em dia assim eu trabalho. Como todos os dias. Tipo 14 horas por dia. Mas também faço supermercado. Ninguém escolheria os limões-sicilianos como eu. E decido o que vai ter para o jantar durante toda a semana. Preciso levar em consideração a dieta nova do marido. Eu levo a roupa para a lavanderia. Aquela mancha na camisa tem que ter uma explicação especial para que os profissionais saibam como tirá-la. Eu termino o relatório que ninguém consegue fazer no escritório. Eu pesquiso. Eu almoço com clientes. Tomo café com clientes. Faço apresentação para clientes. Eu faço meu check-up, distribuo os resultados a cinco médicos diferentes e marco consulta com todos eles. Fora do horário de trabalho. O que significa madrugar. E, portanto, dormir muito, mas muito menos do que as míseras sete horas que todo mundo deveria ter toda noite para conservar alguma saúde. Leio os jornais. Muitos deles. E livros, alguns deles. Claro que ainda tenho que fazer escova no cabelo. Fazer as unhas uma vez por semana. Pintar o cabelo a cada 20 dias. Hidratar a cada semana. Ligar pro pai. Pra mãe. Pra sogra. Atender amigas desesperadas e oferecer o ombro para que elas chorem as pitangas. E tenho que fazer tudo isso direitinho, como só eu sei fazer. 
Bem, é aqui que voltamos às verdades absolutas e aos cretinos que as inventaram. Sabe aquela história de que se você quer alguma coisa bem feita faça você mesmo? Deveríamos pendurar quem disse isso num poste, de cabeça para baixo, para servir de exemplo. Meninas, é o contrário! Se você quer alguma coisa bem feita, não a faça você mesma. Inclusive porque você que todas as coisas bem feitas e o dia tem apenas 24 horas, e é claro que, das duas uma: ou não vai dar tempo ou alguma coisa vai ficar malfeita. 
Outra verdade absoluta que colou nos últimos tempos é que nós, mulheres, somos muito, mas muito especiais mesmo! Somos autênticas, independentes, flexíveis, versáteis, dinâmicas, práticas, sábias, sensatas, inteligentes, atentas, multifuncionais, magnânimas, antenadas, temos o tal do sexto sentido, sabemos seguir nossa intuição e ela sempre nos leva ao caminho correto, enfim, somos o último biscoito doce do pacote! Cero? Errado. Vamos todas ser gongadas no quesito humildade. Estamos todas fora do nosso juízo perfeito se deixarmos nossa incrível autoestima tomar conta da nossa agenda.
Antes que alguém pense o contrário, eu adoro se mulher! Uma vez, numa viagem ao Butão, um monge me disse que na próxima encarnação eu poderia voltar como homem se desse uma pequena contribuição ao mosteiro. Deve ser terrível ser mulher no Butão. Encarnar como invólucro de testosterona vale bem naquelas bandas do mundo. Agradeci, mas disse que estava bem satisfeita no formato mulherzinha. Apesar de achar aquela lista de adjetivos ali de cima meio exagerada. Não que ela não seja verdadeira, e já me perdoem pelo cabotinismo! Só que é apenas um lado da condição feminina. O outro, bem mais feio, é o da mulher exausta, mal-humorada, libido zero. Justamente porque acha que pode exercitar todas aquelas incríveis qualidades o dia todo todos os dias. 
Centralizar é um erro. Eu sei quando a gente vê o marido tentando fazer a mala para viagem de trabalho dele dá vontade de sair correndo e refazer tudo. Pra ficar bem feita. Quando agente entrega a lista de compras para que ele se vire no supermercado, já que está com agenda livre naquele dia, tem que se conter para não criticar o fato de que agora tem mais cerveja do que refrigerante diet na geladeira. Ora, você já parou para se perguntar se a mala tem que ser feita do jeito que você faria?
Já pensou que ele está muito esperto quando diz docemente que só você tem aquele talento especial para deixar tudo arrumadinho na mala e nos armários e que ele é um desajeitado sem cura? E que há anos todos eles usam argumentos assim para que você saia para trabalhar mas deixe tudo arrumadinho em casa?
Você já imaginou que seu carrinho de supermercado só é melhor do seu ponto de vista e que pode ser que ele não suporte mais refrigerante zero no jantar? Não dá para relaxar e curtir aquela cerveja com ele num fim de dia que você, talvez, por acaso, não tenha trabalhado demais para cumprir aquela insanidade de compromissos? E que esse frescor mais o efeito da cerveja podem fazer milagres pela relação a dois?
Isso para falar na vida doméstica. No trabalho, podemos ser ainda mais atabalhoada. Sob o manto da gestão horizontal, tipicamente feminina, escodemos nossa afã de acompanhar cada etapazinha de cada processo e dar pitaco em todas elas.
Amiga, se você ainda não entendeu do que se trata, eu estou aqui falando de poder. Já se disse sobre ele que embriaga, alucina, destempera. Tudo isso é verdade. E esse tantos séculos em que fomos privadas de qualquer poder acumularam em nós uma espécie de anemia crônica. Mandar é bom. Mandar em tudo é ótimo! Pena que seja impossível. Mas continuamos lá dando nosso sangue e vestindo aquele corpete justérrimo da wonder woman para não abrir mão de nem um naco do poder de decidir. E de decidir, pela primeira vez em muito tempo, sobre nossa própria vida. Não, não se engane, esse não é um argumento bonito para defender um sentimento nobre. É uma doença.
E tem cura? Claro que tem. O tratamento é doloroso e radical mas funciona. Para decidir de verdade, o remédio é delegar. Ensine o outro - e principalmente a outra, oh, o medo da competição!- e não fique perto acompanhando cada passo da tarefa. Entregue a missão, estipule metas, resultados, datas. E cobre. Simples assim. A primeira experiência será horrorosa. O resultado final vai lhe parecer muito aquém do que você mesma teria feito. Ok, controle-se. Está de fato ruim ou apenas diferente do que você faria? Enxergar alternativas vai abrir sua cabeça e seu coração - além de muito espaço na sua agenda.
Delegue ainda tarefas domésticas. Seja esperta. Valorize-as! Imite o que eles sempre fizeram conosco. Faça parecer maravilhoso arrumar a mesa para os convidados.  E deixe que outros - principalmente aquele outro! - assumam o serviço. Diga que cozinhar é bom. Que homens na cozinha são super-sensuais. Que ser um chef elogiado está na moda. Minta se for preciso! Mas salve-se a tempo da praga centralizadora que suga a sensualidade e seca feminilidade. Agenda apertada é menopausa antecipada. Delegue parte da sua listinha de afazeres antes que, da supermulher, reste apenas aquela capinha....."


Damos o sangue para não abrir mão de nem um naco do poder de decidir.


E aí quem se identificou com o texto??????
Eu sou todinha assim.........mas já estou mudando um pouco, nada como uma análise!!!!!!!

Ficarei com saudades, e vocês?



Foto: Reprodução